19/05/2017

Quando o sucesso vier, não se deslumbre, diz fundador da Netshoes


O paulistano Marcio Kumruian, de 43 anos, começou de baixo. No ano 2000, abriu uma pequena loja de sapatos no centro de São Paulo. Apesar de física, a empresa foi batizada com um nome que remetia bastante à internet: Netshoes.

No ano seguinte, abriu uma segunda unidade física no Shopping Ibirapuera, em São Paulo. O negócio, entretanto, não deu certo. A empresa quase quebrou. Depois isso, a Netshoes decidiu apostar em lojas de pequeno porte, em academias e no e-commerce.

Em 2007, as operações físicas foram todas fechadas e o foco passou totalmente para a internet.  A partir daí, a empresa ganhou relevância e se tornou um dos e-commerces mais importantes do planeta. No ano passado, faturou R$ 2,2 bilhões de reais.

Em abril deste ano, a empresa deu um passo importante na sua trajetória: fez sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na New York Stock Exchange (Nyse), a bolsa de valores de Nova York. Foi o primeiro negócio brasileiro a fazer um IPO exclusivamente no mercado americano.

Nas linhas abaixo, Kumruian conta um pouco de sua história, crenças, estilo de gestão e dos desafios da Netshoes após abrir seu capital. Confira:

Nome: Marcio Kumruian
Idade: 43 anos
Onde nasceu: São Paulo (SP)
Onde mora: São Paulo (SP)
Que empresa fundou: Netshoes

Quem o inspira no empreendedorismo: Jeff Bezos, da Amazon.

Qual negócio queria ter criado: Uma plataforma digital que facilite a vida das pessoas para todas as suas necessidades.

Ser empreendedor é: Não desistir de suas crenças, por mais difícil que seja superar os desafios ao longo do caminho. É necessário ter muita resiliência e paixão para prosperar.

Com um plano claro de longo prazo e foco na sua execução, os resultados virão. E quando vierem, não se deslumbre com a conquista – é necessário manter um contínuo inconformismo positivo para seguir se reinventando em busca de se manter sempre à frente.

Como é ser um bom chefe: É saber dosar o acompanhamento das ações e dar autonomia com responsabilidade para que as pessoas façam o que precisa ser feito, com agilidade e qualidade.

Um sucesso: A abertura de capital da Netshoes na Nyse, em Nova York, que marca uma nova fase na trajetória da Netshoes.

Um fracasso: Ter apostado na expansão de lojas físicas num formato tradicional quando o negócio ainda não tinha a maturidade suficiente em 2001. Há poucos casos de sucesso de expansão nos dias de hoje que não considerem o digital como foco principal do negócio.

O que não pode faltar num negócio: Sabedoria para não acreditar em fórmulas mágicas e em sucessos do passado. O valor de uma marca é sua capacidade de se reinventar.

Já faliu: Quase. Foi com a própria Netshoes, antes de decidir seguir para o caminho 100% digital.

Em qual negócio jamais apostaria: Hoje em dia, não dá para apostar em um negócio que não leve a tecnologia em consideração como ponto de partida – temos que olhar para o futuro.

Sua principal inovação: Acredito que rompemos algumas barreiras significativas ao longo desses 17 anos de Netshoes: migrar para o e-commerce em uma época que o brasileiro ainda não tinha o hábito de comprar pela internet; relançar uma marca querida como a shoestock e ser a primeira empresa brasileira a abrir capital exclusivamente nos Estados Unidos.

Um medo: Deixar de acreditar em nosso poder de transformação.

Um desafio: Gerir a empresa agora nesse novo momento, pós-abertura de capital.

Por: Adriano Lira
Fonte: Revista PEGN

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